Após 70 dias de severas restrições à navegação fluvial devido à seca histórica no Amazonas, o navio Mercosul Suape atracou no Porto Chibatão, em Manaus, marcando a retomada das operações de transporte de carga de grande porte na região. A embarcação trouxe mais de 300 contêineres com insumos para abastecer o comércio e a indústria local, um passo importante para a normalização da logística no estado.
O secretário-executivo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Gustavo Igrejas, acompanhou as operações nesta quarta-feira (27/11) e destacou os esforços realizados para manter o fluxo de mercadorias durante a estiagem. "Os portos provisórios instalados em Itacoatiara evitaram uma paralisação total na chegada e saída de mercadorias da Zona Franca de Manaus. Agora, com a estiagem ficando para trás, retomamos nossa normalidade logística", afirmou.
Durante o período crítico da seca, os navios maiores foram obrigados a atracar em Itacoatiara, a 270 km de Manaus. A carga era transportada em embarcações menores até a capital, garantindo o abastecimento mesmo nas condições adversas. A recente subida dos rios, aliada a obras de dragagem e à instalação de píeres provisórios, permitiu o retorno das operações diretas em Manaus.
Na noite de terça-feira (26/11), o Mercosul Suape foi o primeiro navio a operar diretamente no Porto Chibatão. Outra embarcação de grande porte, o navio Jacarandá, da Log-In, também é aguardada nesta quarta-feira (27/11).
De acordo com Jhony Fidelis, diretor-executivo geral do Grupo Chibatão, a chegada do navio simboliza um esforço conjunto para superar os desafios da seca. "O píer provisório foi essencial para evitar o desabastecimento. Com a subida dos rios, conseguimos garantir que o Mercosul Suape operasse diretamente em Manaus", destacou Fidelis. Ele também informou que estudos estão em andamento para avaliar a viabilidade de tornar os píeres provisórios permanentes em Itacoatiara.
Até o momento, mais de 57 mil contêineres foram movimentados durante o período de estiagem, com 40 navios operando de forma adaptada. Com a chegada das chuvas e a recuperação dos níveis dos rios, a expectativa é de que a logística fluvial no estado retorne à normalidade.