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Franquias de crédito crescem com gestão enxuta e retorno ágil
Modelos com baixo custo operacional e suporte integral ganham atenção de interessados no setor financeiro

Segundo a Pesquisa de Desempenho do Franchising 2024, divulgada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor registrou alta de 13,5% no faturamento em relação a 2023, alcançando R$ 273,08 bilhões. O levantamento mostra que todos os segmentos cresceram, com destaque para “Serviços e Outros Negócios”, que avançou 13,5% no período. Em número de operações, o sistema de franquias como um todo variou positivamente em 0,9%, totalizando 197.709 unidades em funcionamento no país.
Nesse contexto, as franquias de crédito — que atuam como correspondentes bancários e intermediadores de operações financeiras — têm atraído empreendedores pela combinação de baixo investimento inicial, estrutura simplificada e suporte integral das franqueadoras. O modelo dispensa estoques, reduz custos fixos e permite que o franqueado se concentre em atividades comerciais e de relacionamento.
Segundo Leandro Tamai, sócio-fundador da empresa Empréstimoney, que é uma franquia de crédito, esse formato é estratégico: "Com uma operação enxuta, o franqueado pode focar no atendimento e venda, enquanto a franqueadora assume o suporte tecnológico, compliance e relacionamento com instituições financeiras".
Operação leve como vantagem competitiva
O especialista pontua que franquias de crédito costumam operar em ambientes compactos — espaços reduzidos, ou mesmo em formato home office ou modelo híbrido —, com equipe pequena e uso de sistemas digitais para análise de risco, concessão e gestão de clientes. Dessa forma, os custos fixos são minimizados. "Quanto menor for a estrutura necessária para manter a operação, mais rápido será o ponto de equilíbrio", afirma Tamai.
Além disso, a franqueadora costuma entregar ao franqueado um sistema completo: plataforma de crédito já homologada, integração com bancos e instituições de crédito, automação de processos de verificação documental e scoring, e treinamento. O franqueado "entra já estruturado", observa Tamai, e evita muitos dos entraves que surgem quando alguém monta um negócio financeiro do zero.
Em casos de franquias bem estruturadas, parte dos processos de back office (como análise, aprovação e controle de risco) permanece na franqueadora ou em unidades centrais, o que reduz ainda mais a necessidade de equipe especializada local. Essa divisão de responsabilidades tende a aumentar a velocidade com que um novo ponto franqueado alcança rentabilidade.
Retorno mais rápido e riscos
Algumas redes de franquias do setor divulgam informações de retorno considerando prazos entre 12 e 24 meses. Em casos mais otimistas, especialmente em localidades com boa demanda por crédito consignado ou crédito pessoal, o retorno pode ocorrer ainda mais rapidamente.
Para Tamai, "o retorno rápido só é viável se o franqueado respeitar o plano de negócio: investir em prospecção, digitalização e eficiência na operação". Ele ressalta que suportar sazonalidades é parte do desafio e que franquias de crédito devem estar preparadas para períodos de inadimplência ou retração econômica.
Desafios e cautelas para o investidor
Apesar das vantagens, não é garantido que toda franquia de crédito terá desempenho imediato. Fatores como localização, perfil demográfico, concorrência de fintechs e nível de digitalização local podem afetar o desempenho. O cumprimento de normas regulatórias financeiras também impôe rigor à operação.
Tamai alerta: "Mesmo com estrutura preparada, o franqueado precisa dedicar esforço comercial e manter disciplina operacional. Sem isso, o modelo não entrega o retorno esperado". Ele reforça que é importante analisar o contrato de franquia, os níveis de royalties, metas de faturamento e suporte para marketing e compliance.
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