Connect with us

Notícias Corporativas

Expandir negócios para os EUA exige cuidados, alerta jurista

Interesse de empresários brasileiros no mercado norte-americano pode representar boas chances de crescimento, desde que expansão seja feita com cautela e respeito à legislação local.

Publicado

em

Expandir negócios para os EUA exige cuidados, alerta jurista

As empresas nacionais que vivem um momento de disposição em expandir suas operações para além das fronteiras do Brasil estão encontrando um destino bem conhecido e promissor: os Estados Unidos. O país norte-americano atrai a atenção de executivos brasileiros graças a condições que dificilmente encontram aqui, como estabilidade econômica, boa abertura ao empreendedorismo e à inovação e acesso a consumidores com alto poder de compra.

Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que, num intervalo de dez anos, entre 2014 e 2024, os investimentos brasileiros nos EUA cresceram 52,3%. Somente entre 2020 e 2024, revela o estudo, as expansões anunciadas por empresas daqui somaram mais de US$ 3,3 bilhões na terra do Tio Sam. Alguns dos setores que mais chamaram atenção foram os de alimentos e bebidas, de plásticos, produtos de consumo, softwares e serviços de TI, além de metais.

Entretanto, uma expansão empresarial para um país estrangeiro não é tão simples quanto pode parecer, ainda que diante de condições positivas, como é o caso dos EUA. O alerta é do advogado brasileiro Alexandre Piquet, fundador da Piquet Law Firm, escritório de advocacia sediado em Miami, especializado em assessoria e consultoria para empresários e firmas que estão de olho em uma expansão dos negócios. O escritório atua também em direito empresarial, tributário e imigratório.

"De fato, há boas oportunidades para os empresários brasileiros em território norte-americano, mas aproveitá-las está condicionada a um planejamento que deve ser feito à risca. A começar pelo choque cultural dos dois mercados, que podem criar barreiras imprevisíveis pelo menos no início da operação", adverte. "De modo geral, os nossos executivos se sentem seduzidos por uma série de vantagens, mas se esquecem que é preciso adaptar a organização a novas legislações fiscais, trabalhistas, empresariais e de ordem operacional. É pela falta de preparo nessas e outras questões que envolvem a expansão que vemos empresas estrangeiras recuando em suas operações nos Estados Unidos", revela Alexandre Piquet.

Segundo ele, não há números oficiais especificamente sobre a quantidade de empresas brasileiras que interromperam suas atividades no país, mas o fundador da Piquet Law é taxativo ao comparar esse movimento de saída com o que acontece no mercado brasileiro. "Quando buscamos entender por que centenas de milhares de negócios fecham as portas no Brasil todos os anos, deparamos com motivos como desconhecimento e incapacidade gerencial. A expertise que uma empresa adquire ao sobreviver no Brasil não serve como garantia de que vai repetir o sucesso em outro território fora do país", avalia o jurista.

Para evitar frustrações e perdas de recursos em investimentos malsucedidos, ele orienta que os empresários dispostos a ampliar suas operações para outros países estudem com rigor as regras, o mercado local, os impactos que essa mudança terá na rotina e na saúde financeira da empresa. "Há muitos exemplos negativos, mas mais ainda positivos de quem aportou nos Estados Unidos e conseguiu fincar raízes com seus negócios. Se, além de estudo, houver disposição de investir em equipes capazes de fazer essa ponte, as chances de acerto serão bem maiores", aposta Alexandre Piquet.


Descubra mais sobre Blog do Amazonas

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.