Notícias Corporativas
Especialista fala sobre bioinformática e detecção de doenças
A professora e pesquisadora Izabella Weiss comenta sobre a aprovação de novos testes sanguíneos e sobre ferramentas menos invasivas para detecção precoce de doenças. Estudos mostram que mudanças no estilo de vida também ajudam na prevenção. Ela destaca que o reconhecimento de biomarcadores no plasma representa um avanço para métodos mais acessíveis e preventivos no Brasil e no mundo.

Em 2025, pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com apoio da FAPESP, estão desenvolvendo um teste de sangue para detectar sinais iniciais da doença de Alzheimer de forma simples e precoce. A pesquisa analisou o DNA e os níveis da proteína ADAM10 em cerca de 500 voluntários. Os participantes diagnosticados apresentaram níveis mais altos dessa proteína — uma substância que ajuda a evitar a formação de placas no cérebro, uma das características da doença. Os cientistas acreditam que esse biomarcador pode ajudar a diferenciar o Alzheimer de outros tipos de demência antes do surgimento dos sintomas mais graves, o que representa um avanço importante para o cuidado e o monitoramento da saúde.
Paralelamente, um estudo clínico apresentado pela revista Time, conduzido nos Estados Unidos, mostrou que mudanças no estilo de vida — como dieta baseada em vegetais, 30 minutos diários de atividade aeróbica, exercícios de força, técnicas de relaxamento, meditação guiada e interação social diária — foram capazes de melhorar o desempenho em testes de memória e reduzir biomarcadores típicos do Alzheimer, como a beta‑amiloide no sangue, ao longo de um período de 20 semanas. Os resultados se mostraram comparáveis aos de medicamentos promissores ainda em fase de pesquisa. Isso reforça o papel de práticas não medicamentosas como aliadas no diagnóstico precoce e no acompanhamento do Alzheimer.
Segundo a professora Izabella Castilhos Ribeiro Dos Santos Weiss, os eventos reforçam a relevância da detecção antecipada de doenças crônicas e neurodegenerativas. Ela explica que estamos vivendo um ciclo de inovação: biomarcadores moleculares, algoritmos inteligentes e condutas clínicas se combinam para transformar os diagnósticos, saindo de testes pontuais para modelos de prevenção contínua. “O uso de dados genéticos, ferramentas de inteligência artificial e exames de sangue simples aponta para diagnósticos mais acessíveis, eficazes e escaláveis”, destaca Izabella, que é mestre e doutora em Ciências Farmacêuticas e pós-doutora em Bioinformática pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Um levantamento do portal Medicina AS mostra que a bioinformática vem ganhando destaque ao permitir a análise de dados genômicos e clínicos em larga escala com velocidade e precisão, impulsionando diagnósticos para doenças raras, infecciosas e hereditárias. Nesse cenário, Izabella Weiss destaca que algoritmos que cruzam dados biomédicos ampliam o alcance dos exames, especialmente em fases pré-sintomáticas. “A união entre bioinformática e diagnóstico permite que exames deixem de ser estáticos e passem a ser monitorados em tempo real. Com ferramentas bem organizadas é possível encaminhar pacientes com maior risco a programas de acompanhamento personalizado”, completa.
Em maio de 2025, o exame de sangue Lumipulse G pTau217/β‑Amyloid 1‑42 foi aprovado pela Food and Drug Administration – FDA (agência reguladora dos Estados Unidos), marcando um avanço significativo no diagnóstico do Alzheimer. O teste demonstrou alto grau de precisão e pode ser aplicado em pessoas a partir dos 55 anos com sintomas cognitivos, sendo uma alternativa mais acessível e menos invasiva que exames como PET scan ou punção lombar. Para Izabella Weiss, professora adjunta e coordenadora do Curso de Farmácia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), essa aprovação representa uma guinada importante no diagnóstico de doenças neurodegenerativas e indica que essas descobertas de biomarcadores podem, de fato, chegar à prática clínica com rapidez. “No cenário brasileiro, a adoção desse tipo de teste exige investimentos em capacitação técnica, infraestrutura laboratorial e alinhamento com protocolos clínicos nacionais”, ressalta.
Estudos globais sobre o uso da IA na saúde apontam que essas ferramentas estão cada vez mais presentes no auxílio à triagem clínica, à revisão de imagens e à organização de dados de saúde em larga escala — processos nos quais a validação médica é essencial. Sobre isso, Izabella, que é membro do grupo de pesquisa Avaliação Laboratorial em Patologia Clínica cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, reforça que nenhum sistema artificial substitui o olhar clínico. “O ideal é que o algoritmo aponte padrões suspeitos e o profissional valide ou ajuste os achados no exame”. Para ela, a democratização do acesso ao diagnóstico passa por uma convergência tecnológica acompanhada da formação de profissionais aptos a interpretar os dados.
Com mais de 15 anos de experiência em diagnóstico molecular, bioinformática e saúde pública, Izabella Castilhos Ribeiro Dos Santos Weiss lidera estudos sobre biomarcadores para detecção de diabetes gestacional por meio do Índice Aterogênico de Plasma e coordena o uso de testes laboratoriais para monitorar a covid-19 em larga escala. Atualmente, dirige o projeto Genômica Comparativa dos agentes causadores do micetoma — uma doença tropical negligenciada que pode levar à amputação —, usando sequenciamento genético para desenvolver testes diagnósticos aplicáveis em nível global. Ela também conduz uma linha de pesquisa que integra biomarcadores e bioinformática para triagem de covid‑19 e outras doenças crônicas relacionadas a condições metabólicas, em parceria com instituições nacionais e internacionais.
Diante da complexidade dos desafios de saúde pública, tanto no Brasil quanto no mundo, Izabella Weiss — com trabalhos acadêmicos publicados sobre o diagnóstico de doenças crônicas, infecciosas e degenerativas e projetos científicos de impacto transnacional — defende que investimentos em biomarcadores, análise de dados e infraestrutura tecnológica são fundamentais para garantir um futuro mais justo e eficiente na área da saúde. “A aposta para os próximos anos está na consolidação de diagnósticos precoces, acessíveis, integrados à rotina clínica e baseados em evidências científicas”, finaliza.
Descubra mais sobre Blog do Amazonas
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.