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Síndrome do olho seco pode ser tratada com luz pulsada
A técnica age na causa da condição ocular, restaurando a lubrificação e aliviando sintomas. Dr. Guy Romaguera Canto, oftalmologista, explica como a luz pulsada intensa atua nas glândulas e vasos inflamados, oferecendo uma alternativa eficaz de tratamento

A síndromes do olho seco é caracterizada por um problema na produção ou na qualidade das lágrimas, o que causa ressecamento da superfície ocular, podendo provocar ardência, coceira, sensação de areia nos olhos, vermelhidão e sensibilidade à luz. A condição pode estar associada a fatores como envelhecimento, uso prolongado de lentes de contato, exposição excessiva a telas ou ambientes com ar-condicionado.
De acordo com a Associação dos Portadores de Olho Seco (APOS), aproximadamente 34% dos brasileiros com mais de 18 anos experimentam algum sintoma ou nível de ressecamento ocular, e estima-se que mais de 20 milhões de pessoas no país apresentem disfunções oculares associadas à síndrome do olho seco.
Dr. Guy Romaguera Canto, médico oftalmologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa, destaca que a síndrome do olho seco é uma doença multifatorial: “As causas mais comuns são disfunção das glândulas de Meibômio (DGM), hormonais, relacionadas à cirurgias oculares, medicações e doenças autoimunes, como síndrome de Sjögren”.
Um estudo publicado na Revista Brasileira de Oftalmologia avaliou a eficácia da terapia com luz pulsada de alta intensidade aplicada na região periocular de pacientes com síndrome do olho seco. Os resultados mostraram melhora significativa na osmolaridade das lágrimas — medida da concentração de sais e proteínas que indica a saúde lacrimal — e na avaliação dos sintomas.
Como funciona o tratamento?
O oftalmologista explica que a luz pulsada intensa atua emitindo pulsos controlados de luz sobre a pele das pálpebras e região malar (correspondente às maçãs do rosto). “O objetivo é reduzir a inflamação periocular e as telangiectasias — vasos dilatados que contribuem para o quadro inflamatório — associadas à DGM, restaurando a camada oleosa da lágrima, que previne a evaporação”, cita.
Segundo o especialista, a técnica alivia os sintomas da síndrome do olho seco e melhora a qualidade da lágrima, deixando-a estável, aumentando a oleosidade das glândulas e reduzindo o desconforto. “O tratamento fecha microvasos que alimentam a inflamação nas bordas palpebrais, reduz a atividade de enzimas que provocam inflamação ocular, fluidifica a secreção oleosa espessa e reduz bactérias e ácaros”, evidencia.
O médico esclarece que colírios lubrificantes aliviam os sintomas, mas não corrigem a DGM. Anti-inflamatórios atuam lentamente e dependem da adesão do paciente, enquanto antibióticos orais podem ajudar na DGM associada à rosácea, mas apresentam efeitos colaterais e terapias térmicas, radiofrequência e higiene palpebral devem ser complementares.
“A luz pulsada intensa se posiciona como terapia que atua na causa da disfunção, frequentemente combinada à expressão glandular, e geralmente é aplicada em conjunto com os tratamentos complementares. A técnica é indicada para pacientes com olho seco evaporativo por DGM e/ou rosácea ocular”, detalha o especialista.
O protocolo de luz pulsada intensa geralmente inclui de três a quatro sessões, com intervalos de três a quatro semanas, seguidas de manutenção trimestral ou semestral, dependendo do caso.
“Antes do procedimento, é recomendado evitar sol ou bronzeamento por uma a duas semanas, suspender maquiagem no dia, avaliar o uso de medicações fotossensibilizantes e realizar fotoavaliação da pele”, completa.
Conforme detalha Dr. Guy Romaguera Canto, durante a sessão, há proteção ocular com escudos e os parâmetros são ajustados ao fototipo do paciente e, após o tratamento, pode ocorrer leve vermelhidão ou ardor por 24 a 48 horas, sendo necessária fotoproteção rigorosa, evitar calor excessivo, como sauna ou exposição ao sol, e manter higiene palpebral e expressão glandular quando indicada.
Algumas contraindicações para o tratamento são gestação, uso recente de isotretinoína, epilepsia fotossensível, lesões cutâneas ativas ou câncer de pele na área, melasma instável, tatuagens na região e fototipos muito altos, que exigem cautela. De acordo com o oftalmologista, os efeitos adversos são raros, mas podem incluir queimaduras, alteração de pigmento ou formação de bolhas.
“No futuro, o tratamento da síndrome do olho seco deve combinar terapias personalizadas ao perfil do paciente — inflamatório, neurossensorial, aquoso ou evaporativo — guiadas por exames como osmolaridade, MMP-9 e meibografia. Dispositivos mais precisos, como IPL otimizado e radiofrequência, associados à expressão glandular, também devem evoluir”, comenta.
Para o oftalmologista, técnicas como neuroestimulação nasal, novas formas de aplicar medicamentos e a regeneração das glândulas e do filme lacrimal — camada de lágrimas que cobre o olho — são avanços de médio prazo.
“A escolha do equipamento, dos parâmetros e do profissional habilitado é o que torna o procedimento seguro, enquanto o acompanhamento com exames objetivos traz previsibilidade e transparência”, ressalta o médico.
O especialista reforça que a síndrome do olho seco é crônica e multifatorial. Para ele, o melhor resultado vem do plano integrado entre educação do paciente, ambiente (umidificação/pausas de tela), higiene palpebral, lubrificantes de qualidade e tratamento da causa, em que a terapia com luz pulsada tem papel central.
Para mais informações, basta acessar: guycanto.com.br/
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