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Brasil inaugura maior biofábrica do mundo para produção da bactéria Wolbachia

Nova estrutura em Curitiba permitirá ampliar alcance da tecnologia de controle biológico para até 140 milhões de pessoas em 40 municípios prioritários

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O Brasil deve enfrentar o próximo verão — período de maior incidência de dengue — mais preparado para conter a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Isso será possível graças à ampliação da produção da bactéria Wolbachia, uma das tecnologias mais eficazes no controle da dengue e de outras arboviroses.

A bactéria, que impede o desenvolvimento dos vírus dentro do mosquito e, consequentemente, a sua transmissão, passará a ser produzida em larga escala na maior biofábrica do mundo, inaugurada no último sábado (18) em Curitiba (PR), com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O local é voltado à multiplicação da Wolbachia e de outros organismos vivos utilizados no combate a doenças transmitidas por vetores.

O investimento na estrutura foi de R$ 82 milhões. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Wolbito do Brasil, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o World Mosquito Program (WMP).

Com a nova unidade, a capacidade de produção saltará para 100 milhões de ovos de mosquito por semana. Isso permitirá expandir o alcance da tecnologia de cerca de 5 milhões para até 140 milhões de pessoas, em aproximadamente 40 municípios com os maiores índices de dengue nos últimos anos.

Com a iniciativa, o Brasil consolida-se como referência mundial no uso da Wolbachia no controle das arboviroses — tecnologia que já vem sendo aplicada em 14 países.

Na inauguração da biofábrica, o ministro da Saúde, Alexandre Padrilha, falou sobre a iniciativa: “A partir da inauguração definitiva dessa fábrica será possível, neste ano ainda, distribuir essa tecnologia em 18 estados do nosso país. Isso é um esforço do Ministério da Saúde, junto com os estados e municípios para enfrentamos a dengue”.

O presidente da Tecpar, Eduardo Marafon, destacou a importância da tecnologia a serviço da saúde pública. “Essa fábrica é o resultado da parceria do governo do estado com a Fiocruz e o IBMP. Ela vai produzir até 100 milhões de ovos Aedes aegypti com bactéria Wolbáchia por semana. Uma tecnologia inovadora e sustentável que impede a transmissão do vírus da dengue, chikungunya e zica. Nós estamos falando hoje de saúde pública para salvar vidas, consciência e inovação, todos produzidos aqui no Paraná. A Tecpar tem orgulho de fazer parte desse projeto e eu, como presidente, me sinto honrado em poder estar participando”.

Dengue em 2025: os números preocupam

Dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde mostram que, até a 22ª semana epidemiológica deste ano — encerrada em junho —, o Brasil já havia registrado mais de 1,4 milhão de casos prováveis de dengue. As regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul concentram os maiores coeficientes de incidência da doença.

Entre os estados com maior número de casos estão São Paulo, Goiás, Acre, Paraná e Mato Grosso. Já os registros mais preocupantes de formas graves da doença e de mortes estão principalmente nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste — sendo a maior parte dos óbitos confirmados na Região Sudeste.

Ao todo, foram contabilizadas 1.091 mortes por dengue no período, enquanto outras 813 ainda estão sob investigação.

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