Brasil
Trabalhadores por aplicativo ganham mais, mas enfrentam jornadas mais longas, aponta IBGE
Trabalhadores por aplicativo tiveram rendimento médio de R$ 2.996 em 2024, 4,2% acima dos não plataformizados. Apesar disso, trabalham mais horas e ganham menos por hora, mostra levantamento do IBGE.

As pessoas que trabalham por meio de aplicativos tiveram, em média, um rendimento mensal de R$ 2.996 em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor é 4,2% maior que o dos trabalhadores que não atuam em plataformas digitais (R$ 2.875).
Os dados fazem parte do módulo sobre trabalhadores por aplicativos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (17).
Apesar de ganharem mais no total, os chamados “plataformizados” trabalham mais horas: 44,8 horas semanais, contra 39,3 horas dos demais trabalhadores. Com isso, o rendimento por hora cai para R$ 15,4, valor 8,3% inferior ao dos não plataformizados, que ganham R$ 16,8/hora.
“Embora esses trabalhadores tenham renda média mensal superior, o que se observa é que eles precisam trabalhar mais horas para atingir esse valor”, explicou o analista da pesquisa, Gustavo Fontes.
A pesquisa mostra ainda que a diferença de renda entre os dois grupos diminuiu em relação a 2022, quando os plataformizados ganhavam 9,4% a mais que os demais ocupados.Quem são os plataformizados
O levantamento do IBGE identificou 1,7 milhão de pessoas trabalhando por meio de plataformas digitais em 2024.
Essas ocupações incluem profissionais que atuam com:
serviços profissionais, como designers, tradutores e médicos que realizam teleconsultas.
aplicativos de táxi;
transporte de passageiros, como Uber e 99;
entregas de comida e produtos, como iFood e Rappi;
Diferenças por escolaridade
A escolaridade também influenciou os rendimentos.
Segundo o IBGE, entre trabalhadores com ensino fundamental completo ou médio incompleto, os plataformizados ganhavam até 50% a mais que a média nacional.
Por outro lado, entre os que possuem ensino superior completo, a situação se inverte: os trabalhadores por aplicativo recebiam 29,8% menos, com média de R$ 4.263, enquanto os não plataformizados tinham rendimento de R$ 6.072.
“Esse resultado pode indicar que pessoas com ensino superior estão atuando em plataformas por falta de oportunidade na área de formação”, observou Fontes.
📊 Veja mais detalhes no site do IBGE.
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