Busca por bem-estar amplia demanda por prevenção

A Medicina do Estilo de Vida aproxima médicos e pacientes com foco em prevenção, e a MEV Brasil atua na capacitação médica
Busca por bem-estar amplia demanda por prevenção

O bem-estar deixou de ser uma busca por qualidade de vida para se tornar um estilo de vida, especialmente entre a parcela mais jovem da população. Esse movimento redefiniu hábitos de consumo, prioridades pessoais e a maneira como indivíduos se relacionam com a própria saúde. No entanto, enquanto o mundo passou a enxergar o bem-estar como um investimento diário, a medicina convencional ainda se concentra majoritariamente no tratamento de doenças já instaladas, com menor foco em estratégias preventivas. Para acelerar a qualificação de médicos em abordagens clínicas de prevenção permanente, a MEV Brasil, organização dedicada à educação em Medicina do Estilo de Vida no país, tem desenvolvido iniciativas de capacitação para médicos e profissionais da saúde integrarem protocolos de prevenção ativa de doenças e adoção de hábitos saudáveis à prática clínica.

Os números demonstram a força do bem-estar. No ano passado, o setor alcançou cerca de US$ 6,8 trilhões de valor, segundo o Global Wellness Institute, e deve atingir quase US$ 9,8 trilhões até 2029, chegando a representar 7,1% do PIB Global. Os resultados refletem uma transformação social profunda, em que o bem-estar não é mais um produto ou serviço ocasional, mas uma escolha contínua e intencional. Ele se transforma em estilo de vida.

“O conceito de bem-estar deixou de ser apenas ‘não estar doente’ e se tornou um estado de aptidão física e mental total. Hoje, temos toda uma indústria, com serviços e produtos, cuja finalidade é fazer o usuário sentir-se bem-disposto após o seu consumo”, afirma Caio Marcos, CEO da MEV Brasil e especialista em Medicina do Estilo de Vida.

A tendência já se manifesta no Brasil e na América Latina, especialmente na busca por um estilo de vida ativo. Segundo o relatório Panorama Setorial Fitness Brasil 2024, da EY, 77% dos entrevistados mantêm uma rotina de atividades físicas semanal. Em uma década (de 2014 a 2024), o número de centros de atividades físicas no país cresceu quase três vezes, mostrando a expansão da demanda. 

Esse interesse é ainda mais perceptível entre jovens. Segundo uma pesquisa da McKinsey, quase 30% dos entrevistados da Geração Z e Millenials nos EUA priorizam o bem-estar mais do que antes, frente a até 23% entre as gerações mais velhas. O fenômeno está ligado a fatores como níveis mais altos de esgotamento profissional, busca por mais autonomia na própria saúde e maior exposição a conteúdos de medicina preventiva.

O grande desafio, no entanto, está no momento em que pessoas dentro deste perfil de consciência do bem-estar procuram um médico. Segundo Caio Marcos, o protocolo clínico de pacientes saudáveis ainda é uma novidade nos currículos. “As grades são todas voltadas para tratar condições pré-existentes. Então, quando um paciente chega a um consultório sem nenhuma doença, não é incomum ouvir relatos de atendimentos frustrantes: os pacientes não se sentem acolhidos, pois o que eles necessitam é de escuta personalizada e não de prescrições genéricas; ele não quer ninguém dizendo o que fazer, mas elaborar um plano de ação em conjunto. E também é ruim para os médicos, que querem oferecer ajuda, mas não possuem preparo”, afirma.

A MEV Brasil atua neste cenário: a escola oferece capacitação para médicos, de todas as especialidades, que desejam atuar com mudança do estilo de vida baseada em evidências científicas. Segundo a instituição, o objetivo é apoiar profissionais na revisão do olhar clínico sobre problemas de saúde. A organização afirma ter capacitado mais de mil médicos especialistas em sete anos e destaca que disponibiliza ferramentas para orientar a prática clínica voltada ao aprimoramento de hábitos como sono, manejo do estresse e controle de vícios.

Tudo para criar uma rotina mais saudável cujo objetivo é gerar longevidade e retardar e/ou impedir o surgimento de doenças crônicas. Para o sistema de saúde, o impacto é positivo, uma vez que reduz o número de usuários e gastos. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2021, 18 milhões de pessoas morreram de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) antes dos 70 anos. Doenças crônicas como diabetes e obesidade, que podem ser evitadas com hábitos mais saudáveis, sobrecarregam os sistemas de saúde: a Universidade Federal Fluminense (UFF) estimou que o custo para o SUS (Sistema Único de Saúde) das DCNT em internações foi de R$ 1,68 bilhão em 2019.

Além das formações para atuação clínica, a MEV Brasil também lançou uma editora dedicada à Medicina do Estilo de Vida, sendo o primeiro lançamento focado em cardiologia, e um think tank para produzir pesquisas sobre a influência dos hábitos na saúde, com a primeira publicação centrada em estilo de vida digital.

“Por meio de uma abordagem multidisciplinar, a proposta da MEV Brasil é contribuir para que médicos ampliem suas habilidades de escuta ativa e oferta de soluções personalizadas. Assim, buscamos colaborar para melhorias no sistema de saúde como um todo”, finaliza o CEO.


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