O operador de guindaste Antônio Benjamim de Lima Cunha, que provocou o acidente que matou um trabalhador durante a montagem da árvore de Natal no Largo de São Sebastião, em Manaus, receberia R$ 300 pelo serviço. A informação foi confirmada pela Polícia Civil do Amazonas. Ele foi preso em flagrante no domingo e deve passar por audiência de custódia nesta segunda.
Segundo o delegado Marcelo Martins, que conduz o caso no 24º Distrito Integrado de Polícia, Benjamim afirmou que aceitou o trabalho por se sentir bem, apesar de estar afastado pelo INSS por problemas cardíacos. O operador disse possuir habilitações para a função, mas não apresentou nenhum documento à polícia até o momento. A empresa Transmuller era a responsável pela operação.
No momento do acidente, Benjamim estava fantasiado de Papai Noel e operava o equipamento que tombou enquanto içava uma peça metálica. A queda matou Antônio Paulo Rodrigues de Souza e deixou outros dois trabalhadores feridos, entre eles Henes Libório Ramos, que segue internado.
O delegado informou que o guindaste não tinha o equipamento LMC, um limitador eletrônico de carga que impede operações acima da capacidade da máquina. Esse sistema poderia ter evitado o tombamento. Também foram identificadas falhas no uso de equipamentos de proteção individual e ausência do plano de içamento, documento técnico obrigatório que calcula o peso e o processo de elevação.
Ainda no domingo, uma fiscalização do Crea Amazonas confirmou erros na operação e falta de documentos exigidos para atividades desse tipo. A investigação agora segue para apurar responsabilidades da empresa e a legalidade da contratação do operador.
Benjamim pode ser indiciado por homicídio culposo pela morte do trabalhador, além de lesão corporal contra as outras vítimas. Um auxiliar que o acompanhava na operação também será notificado como suspeito de participação.
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