Longevidade redefine o trabalho e expõe novos desafios

O aumento da expectativa de vida e a expansão da economia prateada estão redefinindo o mercado de trabalho. Em 2026, funções ligadas à tecnologia, saúde e educação devem ganhar espaço, enquanto equipes multigeracionais se consolidam como tendência. A valorização da experiência e da diversidade etária torna-se diferencial competitivo, integrando repertório humano e inovação tecnológica.
Longevidade redefine o trabalho e expõe novos desafios

O Brasil atravessa uma transformação silenciosa e profunda: a população envelhece enquanto a expectativa de vida cresce. Esse movimento já repercute no mercado de trabalho e na economia, impondo novos desafios a políticas públicas, empresas e profissionais.

Em 2024, a expectativa de vida no Brasil atingiu 76,6 anos, o maior índice já registrado. O dado indica que os profissionais permanecerão ativos por mais tempo, redefinindo o ciclo de carreira e ampliando a necessidade de adaptação.

O envelhecimento populacional também impulsiona a chamada Economia Prateada, responsável por trilhões em movimentação global. No Brasil, 27% da população tinha mais de 50 anos em 2024 e a projeção aponta para 40% em 2044. Esse contingente não apenas consome, mas também produz, empreende e lidera.

Relatórios sobre o mercado de trabalho em 2026 apontam que funções ligadas à tecnologia, saúde e educação devem ganhar espaço, enquanto tarefas repetitivas tendem a perder relevância. O avanço da inteligência artificial (IA) é apontado como fator determinante nessa transformação.

Tendências para o futuro do trabalho

Entre as principais tendências está o fortalecimento do trabalho intergeracional. O conceito de ROEx (Retorno sobre Repertório) surge como métrica para mensurar o valor da experiência acumulada em equipes multigeracionais. A proposta avalia três pilares — impacto, mentoria e maturidade — transformando atributos intangíveis em dados concretos.

De acordo com seus idealizadores, Fran Winandy e Martin Henkel, a adoção do ROEx permite que profissionais acima de 50 anos sejam avaliados em pé de igualdade com os mais jovens, já que a régua não mede apenas tempo de carreira, mas a capacidade de gerar resultados, compartilhar conhecimento e lidar com cenários complexos. "No futuro do trabalho, longevidade e juventude não competem: colaboram e transformam resultados", afirma Fran Winandy.

Relatórios recentes indicam que equipes intergeracionais ampliam produtividade e inovação ao combinar repertórios distintos: energia e domínio tecnológico das novas gerações com visão estratégica e capacidade de mediação dos mais maduros.

Neste cenário, a integração entre habilidades tecnológicas — como inteligência artificial, big data e cibersegurança — e competências humanas — como criatividade, resiliência e flexibilidade — será determinante para o sucesso.

Fran Winandy, CEO da Acalântis Services, aponta recomendações diante dos novos desafios:

Para empresas:

  • Reconhecer a relevância de profissionais e consumidores acima de 50 anos, integrando-os às estratégias corporativas.
  • Quebrar estereótipos negativos e incluir a idade nas políticas de ESG, gestão de pessoas e marketing.
  • Adotar o ROEx e treinar lideranças para avaliações mais equitativas e inclusivas.
  • Criar programas de mentoria e mentoria reversa, promovendo trocas de conhecimento entre diferentes gerações.

Para profissionais:

  • Ampliar competências digitais, incluindo domínio de ferramentas de inteligência artificial e plataformas colaborativas.
  • Fortalecer habilidades de leitura e interpretação de textos, essenciais para pensamento crítico e tomada de decisão.
  • Explorar novos modelos de carreira, como consultoria, mentoria, trabalho sob demanda, projetos independentes e empreendedorismo.
  • Planejar a longevidade produtiva, considerando saúde física, mental e financeira.

Perspectivas para 2026

Especialistas apontam que o mundo do trabalho será cada vez mais plural e multigeracional. O trabalho intergeracional deixou de ser tendência para se consolidar como realidade, redefinindo o valor da experiência. Empresas que souberem integrar repertório e inovação terão vantagem competitiva, enquanto profissionais que investirem em atualização contínua devem se destacar nessa nova fase.


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