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Especialista fala sobre incidentes de segurança alimentar

A especialista em inspeção de alimentos e segurança alimentar, Pamela Valquerizo, enfatiza a urgência de protocolos de biossegurança e rastreabilidade, ecoando a recente decisão do USDA nos EUA de considerar Salmonella adulterante em frango. Ela destaca a fragilidade de sistemas sem controles e rastreabilidade e enfatiza o papel dos veterinários na implementação de protocolos para garantir alimentos seguros e proteger a saúde pública global.

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Especialista fala sobre incidentes de segurança alimentar

Em maio de 2025, uma análise conduzida por universidades brasileiras e órgãos de vigilância detectou a presença de Listeria monocytogenes em 7,3% de 248 amostras de alimentos de origem animal — incluindo queijos, carnes de frango, cortes bovinos, miúdos e produtos ultraprocessados como nuggets e empanados. Destacou-se, em particular, uma taxa de 84% de contaminação em amostras de frango mecanicamente separado. Segundo os pesquisadores, a recorrência desses patógenos está associada a práticas inadequadas de higienização e a falhas na prevenção de contaminação cruzada durante o processamento.

Nos últimos anos, casos de contaminação por bactérias como Listeria monocytogenes e Escherichia coli O157:H7, registrados em alimentos industrializados, evidenciaram fragilidades nos processos de manipulação e distribuição em larga escala. Diante desse cenário, especialistas em segurança alimentar recomendam a adoção de boas práticas de fabricação, higienização rigorosa de superfícies e utensílios, separação entre áreas de alimentos crus e prontos para consumo e monitoramento constante da temperatura durante o transporte e armazenamento.

A Dra. Pamela Cristina da Silva Valquerizo, médica veterinária com expertise em inspeção e segurança sanitária de alimentos, destaca que esses e outros casos evidenciam a necessidade de protocolos rigorosos de biossegurança e rastreabilidade na cadeia produtiva de alimentos. “Os incidentes com o manejo dos alimentos podem ilustrar a fragilidade de sistemas que não mantêm um controle estrito em cada etapa. Falhas na temperatura e contaminação cruzada são pontos críticos que médicos veterinários inspecionam rotineiramente. A rastreabilidade eficaz, desde a origem da matéria-prima até o produto final, é essencial para identificar rapidamente a fonte de contaminação e mitigar os impactos em casos de surto”, observa.

No contexto dos Estados Unidos, conforme notícia do portal Apnews, o Departamento de Agricultura (USDA) passou a considerar agora em 2025 a bactéria Salmonella um adulterante em certos produtos de frango congelados e empanados. A intoxicação por salmonela é responsável por mais de 1,3 milhão de infecções e cerca de 420 mortes por ano nos EUA. “A decisão do USDA de declarar a Salmonella um adulterante em certos produtos de frango demonstra uma postura proativa na proteção da saúde pública. Essa medida exige um controle ainda mais rigoroso por parte da indústria e reforça a necessidade de programas de monitoramento eficazes, nos quais os veterinários desempenham um papel central na implementação e verificação das medidas de controle”, avalia a Dra. Valquerizo, mestranda em segurança alimentar pela Tech Universidad Tecnológica.

No contexto brasileiro, a importância da medicina veterinária na segurança alimentar é reconhecida por entidades como o Conselho Regional de Medicina Veterinária, que ressalta o papel dos profissionais na inspeção de produtos de origem animal e na prevenção de doenças transmitidas por alimentos (DTAs). “No Brasil, a atuação dos veterinários, desde as propriedades rurais até os estabelecimentos de processamento, é fundamental. A inspeção ante e post-mortem de animais, a verificação das condições higiênico-sanitárias e a orientação sobre boas práticas de produção são atividades diárias que contribuem significativamente para a oferta de alimentos seguros à população”, complementa a Dra. Valquerizo.

De acordo com a Embrapa Suínos e Aves, a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), especialmente causada pelos subtipos H5 e H7, é considerada de alto risco em aves e é de notificação obrigatória tanto a órgãos nacionais quanto internacionais. A Dra. Pamela, falando sobre a interconexão entre a saúde pública e a economia, lista o que pode ser feito para conter a disseminação da doença e evitar prejuízos maiores. “Durante minha trajetória de trabalho em granjas, supermercados e frigoríficos no Brasil, comprovei a importância de adotar protocolos eficazes, como o Hazard Analasys and Critical Control Point (HACCP), desenvolver ações de inspeção, auditorias e oferecer programas de capacitação que promovam mudanças significativas nas rotinas operacionais dos produtores rurais. A rápida detecção, o controle sanitário rigoroso e a atuação coordenada dos serviços veterinários oficiais são cruciais”, explica a especialista que é autora dos livros “Guardians of the Plate: The Veterinarian’s Role in Food Safety and Inspection” e “The Role of Veterinarians in the Inspection of Animal-Origin Products”, que abordam o papel dos veterinários na segurança e saúde alimentar.

Dra. Pamela Cristina Valquerizo, que possui mais de 13 anos de experiência em inspeção sanitária, conformidade regulatória e atendimento clínico veterinário, defende a atuação vital do veterinário no controle da qualidade dos itens de origem animal, conforme entrevista concedida ao portal D24m, onde fala sobre os desafios que os médicos veterinários enfrentam. “Eles monitoram e inspecionam as instalações da produção. Eles avaliam a saúde dos animais, garantem que estejam sendo criados e alimentados adequadamente, realizam testes de diagnóstico de doenças, implementam medidas de controle sanitário e garantem a qualidade dos produtos”, declara a especialista.

Afirma a Dra. Pamela que, diante da complexidade e da recorrência desses desafios no âmbito da segurança alimentar, a atuação integrada e colaborativa de profissionais da medicina veterinária, órgãos reguladores competentes e a indústria alimentícia como um todo é fundamental para garantir a oferta de alimentos seguros e a proteção da saúde da população, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos e em outras nações ao redor do mundo. “A expertise dos veterinários, aliada a regulamentações eficazes e ao comprometimento da indústria, constitui a base para a construção de um sistema alimentar mais seguro e resiliente. O investimento contínuo em tecnologia, protocolos sanitários e capacitação de equipes pode fortalecer a confiança da população na cadeia produtiva de alimentos mundial”, finaliza a Dra. Valquerizo.


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