O Amazonas enfrenta hoje uma presença crescente do crime organizado. Dados recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que facções já atuam em 40 por cento do território estadual, colocando o estado entre os principais focos de violência da Amazônia Legal.
O Comando Vermelho mantém posição dominante. A facção se espalhou por áreas urbanas de Manaus e municípios da tríplice fronteira com Colômbia e Peru, como Tabatinga e Benjamin Constant. Além do tráfico de drogas, o grupo passou a explorar garimpo ilegal, madeira e minérios. Com isso, ampliou sua estrutura financeira e sua capacidade de ocupar novas regiões.
Facções no Amazonas
O Primeiro Comando da Capital também opera no estado, embora com menos força. O grupo disputa com o CV o controle de rotas usadas por traficantes e utiliza pistas clandestinas para transportar cocaína. Essa disputa tem elevado as taxas de homicídio, sobretudo nas áreas de fronteira, e intensificado o medo da população.
Relatos de moradores e autoridades apontam para o aliciamento de crianças e adolescentes como mulas do tráfico. Em algumas comunidades, as facções impõem regras de convivência e chegam a interferir em relacionamentos e comportamentos, aprofundando a vulnerabilidade social.
O impacto é ainda mais forte entre ribeirinhos e povos indígenas, que convivem com o poder paralelo imposto por essas organizações. A violência sexual também preocupa. Entre 2023 e 2024, os registros de estupro na Amazônia Legal cresceram 4 por cento, com taxa 38 por cento maior que a média nacional.
Especialistas afirmam que o avanço das facções no Amazonas revela a fragilidade do Estado em áreas estratégicas e reforça a necessidade de políticas públicas coordenadas para enfrentar o problema.
Relacionado
Descubra mais sobre Blog do Amazonas
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.


