Manaus avança na medicina natural com inauguração da primeira “Farmácia Viva” do Amazonas

Manaus deu um passo inédito rumo à valorização do saber tradicional e da biodiversidade amazônica. Na manhã desta terça-feira (29/4), o prefeito David Almeida inaugurou a primeira unidade da “Farmácia Viva” do Estado, uma iniciativa em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que promete levar medicamentos naturais e fitoterápicos diretamente às prateleiras do Sistema Único de Saúde (SUS).

Com o laboratório-sede funcionando no campus da Ufam, a nova farmácia começará produzindo medicamentos à base de quatro plantas com propriedades terapêuticas comprovadas: anador, para gripes e resfriados; capim-santo, com leve ação ansiolítica; marupazinho, voltado a problemas gastrointestinais; e açafrão-da-terra, um poderoso anti-inflamatório natural.

“Estamos unindo ciência, tradição e a riqueza da floresta para transformar o cuidado em saúde em Manaus. Essa é a primeira ‘Farmácia Viva’ do Amazonas, e nosso objetivo é expandi-la para toda a rede municipal”, afirmou o prefeito David Almeida durante o evento.

Inicialmente, cinco Unidades Básicas de Saúde (UBSs) vão distribuir os fitoterápicos: USF Carmen Nicolau, Fábio Couto, Parque das Tribos, UBS Rural Ephigênio Salles e o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Benjamin Matias. A produção será feita em pequena escala, mas com foco em expandir o alcance do projeto.

A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, destacou que médicos da rede passarão por capacitação para prescrição correta dos medicamentos naturais. “São opções terapêuticas seguras, respaldadas por pesquisas, e com potencial de promover uma saúde mais integrada”, reforçou.

Além da Ufam, o projeto conta com apoio da Embrapa, da Escola Agrícola Rainha dos Apóstolos e da Vigilância Sanitária municipal. O investimento veio de emendas parlamentares, somando mais de R$ 1 milhão aplicados em infraestrutura e equipamentos.

Mais do que distribuir medicamentos, a “Farmácia Viva” quer resgatar o uso consciente das plantas medicinais e reforçar a educação em saúde. É a sabedoria ancestral amazônica ganhando espaço nas políticas públicas.